terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Chica & eu

A tarde e o amor ao lado do melhor inseto do mundo.

Todos os que me conhecem já devem saber que eu fui uma criança infeliz por não ter tido um bichinho de estimação.  Isso fazia com que eu me apaixonasse por qualquer minúsculo inseto. 
Lembro de ter ficado amiga de um bicho que nem eu sabia o que era até alguém vir e matá-lo, eram sempre histórias trágicas, o que fazia de mim uma criança cada vez mais triste.

E é sobre um inseto esquisito que conquistou meu afeto que eu quero falar.

Pode parecer estranho, mas aqui estava eu lendo um texto sobre insetos quando entrou pela janela do meu quarto um inseto verde que parecia uma fusão de barata com pecervejo (foi assim que eu expliquei ao fábio o que é uma esperança). Voltando ao inseto, quando ele entrou em meu quarto eu tive a impressão de que ele precisava danadamente se esconder de algum predador, parecia um bandido que fugia da polícia (mas que bela comparação!). Logo o pequeno e frágil inseto pousou em meu ombro, fazendo dali o seu refúgio. Nos olhamos e eu pensei que ela parecia se chamar Chica (sim, era uma fêmea). Tornamo-nos grandes amigas e ela passou a habitar a parede do meu quarto.

Enquanto ela ficava ali, estática, eu fantasiava mil razões para que aquele inseto pequeno e frágil com nome de esperança fizesse da parede do meu quarto seu abrigo. Seria que ela tinha a intenção de acabar com o pessimismo que toma conta de mim e trazer um pouco de esperança ou seria tudo aquilo mera coincidência?

Fiquei em silêncio por algum tempo, talvez cinco ou dez minutos, cheguei a perceber um sentimento nobre tomar conta de mim lentamente, era afeto pelo pequeno inseto.

Estávamos, eu e Chica, imóveis, parecia não haver nada em minha mente, como se o deus que controla minha vida resolvesse, de uma hora pra outra, dar pause, como nós fazemos quando estamos assistindo a algum DVD e o telefone toca e nós temos que nos levantar.

Mas, de repente, não mais que de repente, Chica se move, levanta as asas e alça vôo. Delicadamente, movimenta-se pelo "espaço aéreo" do meu quarto, o que me fez lembrar uma bailarina se apresentando no Deodoro, ou mesmo no municipal, e sai pela mesma janela que entrou, me deixando só e sem esperanças, literalmente.

3 comentários:

  1. Pô..snif..triste, vei..
    snif

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  2. Seria que ela tinha a intenção de acabar com o pessimismo que toma conta de mim e trazer um pouco de esperança ou seria tudo aquilo mera coincidência?

    Que Emox!

    Pobre chica ela volta!

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  3. Poxa... Chica parecia tão... não sei. Também não tive animais de estimação quando criança.

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