quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

2010

O corrente ano é eleitoral. Nós, brasileiros com mais de 16 anos, homens ou mulheres, analfabetos ou não, dirigir-nos-emos às urnas e elegeremos deputados estadual e federal, governadores, senadores e a Dilma. Ainda este ano se realizará a copa do mundo, pela primeira vez sediada em um país Africano, quando a nossa nação gigante pela própria natureza lutará pela conquista do hexacampeonato.
O ano de 2010 dá início à segunda década do século XXI, agora a tendência é que a cada dia a inclusão digital cresça, permitindo que, com a internet, a maior parte da população receba as mesmas informações e que eleas cheguem instantaneamente aos internautas, interligando, assim, os países e consolidando o tal processo de globalização, e, dentre as ferramentas mais eficientes para o compartilhamento de notícias, está o twitter, microblog onde é permitido escrever apenas 140 caracteres e dividir mensagens com seus seguidores. O twitter é 100% liberdade de expressão, qualquer pessoa lá dentro pode desde programar uma revolução até decidir quem vai sair do "reality show" Big Brother Brasil, que está em sua décima edição, para a tristeza de muitos e alegria de mais pessoas ainda.
No twitter existe uma ferramente chamada "trending topics", é lá onde se sabe dos assuntos mais comentados entre os "twitteiros", e sempre está presente alguma tag relacionada à décima edição do Big Brother, o que deixa até mesmo as pessoas que condenam o programa por dentro do que está acontecendo "na casa mais vigiada do Brasil" e o que impressionou foi a presença, na quarta feira -dia de eliminação no programa- de mais de 4 tags ligadas ao mesmo.
Segundo o site do programa, foram contabilizados 76 milhões de votos e, segundo o censo realizado em 2007 pelo IBGE, a população brasileira contabiliza cerca de 185 milhões de habitantes. É como se mais de um terço da população brasileira reservasse um tempo de sua vida para votar em um participante, que até 2 ou 3 meses atrás era um desconhecido, como se disso dependesse sua vida.
Talvez não devêssemos nos preocupar preocupar com isso, mas o "paredão" realizado essa semana foi um tanto polêmico: Três pessoas foram "emparedadas", sendo duas homossexuais e um considerado homofóbico, e a maior parte do público do programa fazia comentários no twitter contra os homossexuais com o único argumento da inaceitação de suas opções sexuais, defendendo com unhas e dentes o chamado "Dourado", professor de educação física que não faz esforço algum para esconder seu preconceito contra os participantes homossexuais. "Natural", diriam os conservadores, "o Brasil precisa ser moralizado, é por causa de pessoas como essas que o país não vai pra frente".
É bom lembrar que o mesmo pessoal que votou para eliminar dois participantes gays e defendeu absolutamente o participante homofóbico com o intuito de "moralizar o país" é que estava no carnaval dançando uma música cujo refrão não passa de "vou te comer, vou te comer, vou te comer" no meio da rua, e o mais preocupante, é esse pessoal que vai em outubro eleger os governantes do país, pessoas em cujas mãos será colocada a responsabilidade de colocar para frente ou para trás o país e toda sua gente, esses 185 milhões de pessoas, que, antes das eleições, em julho, vão estar se abraçando nas ruas, independentemente de cor, classe ou opção sexual, mostrando seu nacionalismo (passageiro) e seu orgulho por viver em um país tropical, abençoado por deus e bonito por natureza, que não tardará a voltar a ser o mesmo país de sempre, com todos os adjetivos supracitados e mais um: preconceituoso, por não querer enxergar que as diferenças, assim como as belezas do país, são naturais.


E é bom que comecem a se mexer para eliminar os deputados que estão rindo da cara dos filhos dessa mãe gentil que dão mais atenção ao big brother do que aos escândalos causados por eles lá em Brasília.




Eu escrevi demais, mas falei tudo o que eu tinha pra falar. Ou quase tudo.

2 comentários:

  1. "...elegeremos deputados estadual e federal, governadores, senadores e a Dilma."
    É fato, mas nao posso dizer que nao ri alto e em bom tom.

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